segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dia a Dia

 

Entre a aurora e o ocaso

Construo e destruo meus dias

Dia a dia

 

Nasço na alvorada

Me descabelo no zênite

Morro à boca da noite

 

No escuro

À ausência do dia

Me reviro em espera

De reviver ensolarado

 

Em dias de chuva

Mergulho em mim

Catatônico

Enublado de nuvens

domingo, 16 de maio de 2010

Varanda

 

A varandinha é urbana,

Mas é minha e dela,

Minha dona mundana,

Senhora e amante,

Fortaleza e cidadela,

Varandinha baiana.

 

Já vejo a rede colorida

De varanda de renda

Pra preguiça adormecida

Num domingo diário

Onde a tarde se estenda

Dentro da casa florida

 

Casinha e varanda de dois

Abertas pra muitos mais

Ontem, agora e depois

Na preguiça da conversa

Onde até briga é de paz.

Se chegue, amigo, pois.

 

Já nós dois velhinhos

Nessa varanda sentaremos

Fecharemos os olhinhos

Num suspiro de adeus

Da vida já nos extremos

Da varanda despedimos.

Cyberpoesia

 

Se de um dedo sai uma prosa

Da mão sai enciclopédia

Das mãos nasce um universo

Encerrado na poesia

 

Da língua escorre palavra

Que pinga sobre o teclado

Seiva corrente em fios

Estampa-se na tela vítrea

 

Faz-se poema eletrônico

Poesia cibernética

- palavra fora de moda –

Megabytica poesia

 

O cérebro eletrônico

-expressão mais velha que cibernética –

Não poesia sozinho

Carece de carne e sangue

sábado, 15 de maio de 2010

Lar

O véu

Vibrante ar

Céu

     Bate

     Surdo Tambor

     Vate

Abrigo

Sólido teto

Trigo

     Pão e álcool

     Dieta completa

     Lar

Cercado

Ilha casada

Par

     Bichinhos

     Lençóis e casal

     Ninho