Na biblioteca - ninho e concha
Mofo e cheiro de livros,
Madeira arfando no espaço
Onde o que leio longe
Se relê na fibra do verso
Que incha som de silêncios
Depois murcha até ser
Feita temperança, por milagre
Um raro temperamento natural
Nem a pé nem voando
Percorro o impulso da palavra
Sigo a linha do verso
Cavo cada palmo até escoar o sal
Da linguagem onde nado calma
Bóio e sou a mim mesma revelada
Em casa, no cerne do poema
Com minha gata no colo
E poesia a contrapelo
₢ Beatriz M. Moura
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