segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Destino

Faz comigo o que quer, destino.
Dá-me a pobreza eterna,
Tira de mim a saúde e a fé,
Sede duro e me nega a fortuna,
Faz-me cruel,
Tira-me o siso e a inteligência,
Dá-me dores lancinantes,
Leva-me os amigos e os favores,
Deixa-me ao relento em noites frias, destino.

Faz de mim um ermitão
Em terra sem vizinhos
Sem roupa e sem pão,
Tira-me a visão, o olfato e tato,
Leva de mim o que tenho e sonhos,
Deixa-me nu sob sol inclemente,
Seca-me a boca e leva a água, destino.

Estou em tuas mãos,
Mas dá-me a alegria
De tê-la e a seu afeto infindo,
Deixa eu contar com seu afago
Em todas as dores que me reservas.
Deixa-me, destino, a mulher que amo
E não a fere.

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