quarta-feira, 30 de julho de 2008

Pergunta/6

-Pergunta!
(você me pede)

- Vamos continuar?

mergulhado
no oceano da tarde

- concha acústica para o silêncio-
a madrugada ampla traz
frio e eco

você penetra
aquece
minha respiração insone

Vigoroso
depois do sonho
você me atrai para fora
do sono

marca o lago
assopra poesia

Semblante frágil
disfarça o pulso viril
enlaça meu colo

cerca nossas bocas

todo meu corpo
oscila neste canto
- poema e cama -

calmo e vago
louco e vasto
som e abrigo

armadilha absoluta

atônita recebo sua gula
- toda, tanta e tonta -
esfola e imola meus orgãos

seus ossos de homem
contra os meus
de súbito recuam do ato

- Quer me ver?!

nesse hiato penetra
claridade de céu
que lhe ofereço
desta face
a dúvida

Nós?! Dois
sorrisos lights
desatamos línguas
deslindamos versos

Mal rompe a manhã
lutamos corpo a corpo
com as sobras

das palavras
refazemos
encantos desfeitos

Você, poeta, risca
na brisa edifica
o projeto

Aprendiz, construo
lentamente
solto o tema na carne
sorvo o ponto

Todo o tempo
no seu corpo
há muito tempo

- Pergunta !
(você insiste)

- Vamos continuar?

Pergunta-5

- concha acústica para o silêncio-
a madrugada ampla traz
frio e eco

você penetra
aquece
minha respiração insone

Vigoroso
depois do sonho
você me atrai para fora
do sono

demarca o lago
assopra poesia
Esquece
a morte do cisne

Semblante frágil
disfarça o pulso viril
enlaça meu colo

cerca nossas bocas

todo meu corpo
oscila neste canto
- poema e cama -

calmo e vago
louco e vasto
som e abrigo

armadilha absoluta

atônita recebo sua gula
- toda, tanta e tonta -
esfola e imola meus orgãos

gruta
fértil de anjos
varados de prazer

seus ossos de homem
contra os meus
de súbito recuam do ato

- Quer me ver?!

nesse hiato penetra
claridade de céu
que lhe ofereço
desta face
a dúvida

Nós?! Dois
sorrisos lights
desatamos línguas
deslindamos versos

Mal rompe a manhã
lutamos corpo a corpo
com as sobras

das palavras
refazemos
encantos desfeitos

Você, poeta, risca
na brisa edifica
o projeto

Aprendiz, construo
lentamente
solto o tema na carne
sorvo o ponto

Todo o tempo
no seu corpo
há muito tempo

domingo, 27 de julho de 2008

Pergunta/4

Olá, depois de ler os comentários , aceitei as sugestões de Mimi e Dora. Conversei com Guto Leite e Sérgio Franck e modifiquei editando. Esqueci da sistemática;)) Então, não fiz como das outras vezes.. Falha minha, desculpem. É que aconteceu diferente. Fiz umas 4 edições, talvez mais. Deixo aqui assim e ainda modificarei, quem sabe? Está aberto à intervenção.

-Pergunta!
(você me pede)

- Vamos continuar?

Homem fatal
multiplica
em mil graças
reflexos azuis
nostalgia de horizonte
olho mergulhado
no oceano da tarde

- concha acústica para o silêncio-
a madrugada ampla traz
frio e eco

você penetra
aquece
minha respiração insone

Vigoroso
depois do sonho
você me atrai para fora
do sono

demarca o lago
assopra poesia
Esquece
a morte do cisne

Semblante frágil
disfarça o pulso viril
enlaça meu colo

cerca nossas bocas

todo meu corpo
oscila neste canto
- poema e cama -

calmo e vago
louco e vasto
som e abrigo

armadilha absoluta

atônita recebo sua gula
- toda, tanta e tonta -
esfola e imola meus orgãos

gruta
fértil de anjos
varados de prazer

seus ossos de homem
contra os meus
de súbito recuam do ato

- Quer me ver?!

nesse hiato penetra
claridade de céu
que lhe ofereço
desta face
a dúvida

Nós?! Dois
sorrisos lights
desatamos línguas
deslindamos versos

Mal rompe a manhã
lutamos corpo a corpo
com as sobras

das palavras
refazemos
encantos desfeitos

Você, poeta, risca
na brisa edifica
o projeto

Aprendiz, construo
lentamente
solto o tema na carne
sorvo o ponto

Todo o tempo
no seu corpo
há muito tempo

algo em você
se expande
grande, grande

enorme

alarme em mim
meus olhos planam
conversamos ex-segredos

de onde me vejo
duas
uma renuncia
rói nome, apaga rastro

a segunda deseja lábio
afeto e cio
lânguido desmaio

- Pergunta !
(você insiste)

- Vamos continuar?



* Este aqui está carne crua demais. E resolvi colocar assim mesmo, porque confio e tenho gostado tanto da experiência que deu mais coragem, ainda, de mostrar meus erros. Por favor, leitores e leitoras mais do que queridos e queridas. Todos adorados, por favor, interfiram muito. Este precisa sair comme il faut, ok? Conto com todos e todas.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Resgate

Jogo rápido
cena repisada

fase frustrada
flagra teu fogo
fraco

Um choro sem gosto
vem frio
por trás do soluço

ressaca de frases
restos de versos na orla do sono

tua palavra

abre uma ostra
- duas conchas -
uma fila de letras tépidas

rastros de inverno

sal e areia
disfarçam gestos

sua mão arisca
lixa
raspa
acha meu tato

Amanhece o texto

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Instinto

Olhos verdes
jade e preto
Guarda-me, gato
anjo em pêlo
rajado

instinto e candura
nada sabe
da morte
- a risada

Músculos relaxados
abana o rabo
boceja enfado

discurso mudo
pede-me colo
carícia
toda ternura

Meu jaguar domesticado!

Perdida e sem palavra
no quarto
desgarrada
mostra-me o caminho.

Seu sorriso é sílaba
seu ronron é sorte?

domingo, 13 de julho de 2008

Na Estrada - versão definitiva

Nem dormiu, atordoada.
As rimas em tumulto
mal sabe acalmá-las
nas palavras amotinadas.

Segue paralela ao som
Fluxo forte sem pulso
o ar aos urros entre as sílabas
desmantela ritmos e amplia dissonâncias

Ventania nos versos sem compasso
A boca engole o frio desses sopros
cospe o gelo do fonema soluçado
onde o escuro é mais escuro

Tragada pela palavra, cai
Vontade de lágrima e letra
Alaga-se na avalanche de signos
Escreve o tédio e encharca a margem

Na madrugada, perde-se na estrada.

O poema anêmico em surto
cega faróis em fuga
vai solitário na noite insone.

A vida vai, a curva vem e o nome dele em vão.

* Muito obrigada a todos que vieram e fizeram sugestões, leituras críticas e ajudaram na construção desta "estrada". Resolvi colocar o ponto final aqui. Outros textos virão e, desde já, e é meu desejo de que, na medida do possível, todos participem deste processo rico e divertido sempre.
Bom domingo!