terça-feira, 26 de agosto de 2008

Celeritas



Te leio, luz no vácuo
Te quero constante
Sentimento em velocidade
Te espero, segredo atômico
Entre ondas sonoras
É saudade


crédito da imagem:
Fuerzabruta, De La Guarda, NY

domingo, 24 de agosto de 2008

Efêmero



Na janela o vaso acolhe o passo do gato
E amortece o som do guizo
Por um triz, o botão de lírio não acorda

Nina Simone estilhaça a espera
É aviso!
Longe daqui naufraga um navio

A flor explode no bocejo
Just Like A Woman cruza o silêncio
E diz - ninguém sente dor

A bailarina arma o grande salto
Meu coração se fecha e o chão se afasta
Depois, passa.

* esta é uma homenagem. não está em edição.
Ontem, o sábado foi em suspense porque não era post.

domingo, 17 de agosto de 2008

Desconversa

Seu interesse pela entrevista

Miro pela fresta dos seus versos retesados
desejo pelo diálogo dos textos

sonho

no balanço das suas palavras
meu pensamento vacila

quente

Um estalo no seu vaivém noturno
Você volta frio
Estica nossa primeira frase

sua fala fértil corta o nexo
Falo que faz falhar este começo

domingo, 10 de agosto de 2008

Alma

Em você o que sinto é um mar
Denso, terno e calmo
Avança
Enquanto sonho

Traz palavras eriçadas
brancas e limpas
Rumor de afeto que me acorda

Na praia, lusco-fusco agora
Desconfio
Será que vejo?

Sinto

Seu texto
No horizonte do meu colo
traça a cor do dia
Faz aurora

Sua frase abre a sintaxe
onde me perco
Enquanto vago no seu ritmo
Desejo

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Fuga (ex- Calmaria)

Em edição! Não estava bem com o poema, reli comecei a ver muita confusão, versos soltos, sem lógica. Pode ser modificado pelas sugestões e leituras críticas dos leitores e amigos. O título é Fuga, por enquanto, por ser o mais adequado até o momento. Ex- Calmaria , pq é muito mais uma retirada, uma interrupção.

vazante calculada
(pre) amar no contra-fluxo

Fuga

mergulho no marrom
-véspera do vermelho-
onde me refaço

na próxima hora

naufrágio evitado
singro serena
toccata turquesa
virtuosa

Em êxtase navego a água azul
na brisa do instante

beleza recuperada
que fiz sem promessa
Do que quer que seja

Pode ser nada.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Interlíngua

Ce suis je
sujeito
Je suis cela

Na floresta
Perdida
Je suis chat

Nesta flor está
Tudo e tanto
cuidado
que o contato

todo

num pulo
se perdeu
flor que resta

sou

detrito
abjeto objeto
moi, je crois

mar
estrela inquieta
sou isso

enigma
noite quente
lábil
cifra em suspense

entre

a língua e o mundo
-intersentida-
Sou toda narrativa