segunda-feira, 26 de julho de 2010

A estrada

Não se espera a caça cair
Caça-se

          Sibila a seta
          Acerta o alvo

Busca-se a certeza do acerto
Sem se esperar o milagre.
Faz-se o caminho
Pedras não se nivelam sozinhas
          A estrada não nasce
          É construída no suor.
          Pode ser forte e torpe
          Reta, precisa, plana
          À feição das mãos que traçam

Picada aberta em mata
Via larga com horizonte
Pinguela estreita sem fim
Avenida de quatro vias
Arte, trabalho e traço
Sem acaso
        
          Não é presente o caminho
          É obra e ciência
          Labuta, sangue e foco


©Marcos Pontes

MyFreeCopyright.com Registered & Protected/left>

Voo

O surto
          O susto
                    A certeza
Nimbus aos pés
Voo de urubu
À espera do mergulho
          No tobogá das correntes
          Alternam-se o raso e o alto
          Muda a perspectiva do solo
          Saltam poros em arrepio
          Prazer e luta
Vertigem do rasante
Sofreguidão do cume
E o plano se estende
          A vela
                    O velame
                              A vida


©Marcos Pontes

MyFreeCopyright.com Registered & Protected/left>