terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Poema de erros e sangue





Os jovens erram.
Mas erram menos do que os que não os ensinam

Eram escuros os olhos brilhantes
Neles o reflexo dos parachoques vindo

Mais errados
São os jovens que não se permitem tentar

O choque fechou os olhos
Que sequer viram o chão

Erra quem vê na guerra do jovem
A inconseqüência juvenil

Estirado no solo negro
O jovem não mais vê o bólido

Erra quem guia o carro
E o mundo contra o rapaz

Restou o sangue muito
Escorrendo pelo corpo e pela valeta

Não errou a pontaria
O homem que atirou, o homem que dirigia

Outros olhos negros e ingênuos
Teimam, para o bem do mundo, mudar o mundo


©Marcos Pontes



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domingo, 3 de janeiro de 2010

Águas Nossas



Teus olhos, minhas piscinas
Mergulho num
Saio na água salgado d’outro
E nado rumo à rua boca
Rasgando a suavidade de tuas rugas

Passeio molhado pelos teus lábios
E escorro queixo abaixo
Chuvisco para teu colo
Garoo em teu regaço
Nos molho em ti

Mais não digo sobre o passeio
É coisa nossa
É dos nossos cheiros e tatos
É eu nadando em tuas águas
Enquanto te rego

Mais não digo
No papel não há segredo
Mas nossas cachoeiras são recônditas
Segredos públicos impublicáveis
Das correntezas que fazemos


©Marcos Pontes

Noite Fechada

 

Na concha da mão

Faço uma lagoa

Na falta da lagoa mesma

 

Da bunda brilhante do vaga-lume

Faço Lua cheia e amarela

Na ausência amarela da Lua

 

Crio minha noite de Lua cheia

E miro no reflexo dela em minha lagoa

Refletindo amarela no teto escuro

 

O teto negro vira firmamento

Com Lua de bunda de pirilampo

Clareando o soturno quarto cerrado

 

 

 

©Marcos Pontes