Bocarras escancaradas
Escarram sua ironia
Diante de meus olhos perplexos
Que também se negam
A desviar-se das bocarras
Que trazem junto unhas, garras
Sujas e ensopadas de sangue
Como unhas de açougueiro.
Dedos longos, finos e horrendos
Agarram-se a minha garganta
Como tenazes
E tentam me levar
Para lugar nenhum
Onde multidão espera
Um gesto
Um ai
Para me devorar
Como descamisados famintos
Que em mim vingarão seu jejum,
Seu frio e sua ira
Por estarem sem camisas
Com frio
E com raiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário