Sinto o verbo escorrer como sangue
Por entre os dentes trincados.
No tropeço da dança
O enrosco de pernas bêbadas
Por entre mesas amorfas.
No trinado do desafino
Queimam os tímpanos calejados
Em notas caídas ao léu.
Vejo a noite esvair-se
Lama negra pelos bueiros pútridos
Por entre passantes.
Vara a madrugada
O vago lume de estrelas pálidas
Cansadas em velar loucos.

Nenhum comentário:
Postar um comentário