domingo, 5 de abril de 2009

Noite

No hiato das palavras
Sinto o verbo escorrer como sangue
Por entre os dentes trincados.

No tropeço da dança
O enrosco de pernas bêbadas
Por entre mesas amorfas.

No trinado do desafino
Queimam os tímpanos calejados
Em notas caídas ao léu.

Vejo a noite esvair-se
Lama negra pelos bueiros pútridos
Por entre passantes.

Vara a madrugada
O vago lume de estrelas pálidas
Cansadas em velar loucos.


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