domingo, 21 de novembro de 2010

Ir e vir

 

Navegar nas vagas da memória

Sentir os gostos da infância

Sabores perdidos

Redivivos gostos doces

Águas

Rios, bicas e chuva

O cheiro ainda presente a cada garoa

 

Circunavegar os anos

Em todos os sentidos,

Com todos os sentidos

Tatear o tempo macio

Segundos deslizados suaves

Traçando vias passadas

 

Viajar os rostos

Tantos olhos vistos

Apertar as mãos

Tantos corpos passados

Ferir os tímpanos

Na vozes e acordes idos

 

À frente estrada virgem

Uns dizem ter aberto picada

As narrativas imprecisas

Impelem ao desconhecido

E mais passado se faz

Cada dia maior do que o que virá

 

©Marcos Pontes

Um comentário:

Beatriz disse...

fiat voluntas Dei...o futuro é assim mesmo. ninguém pode prever, tudo nele nos atrai e assusta.