domingo, 13 de julho de 2008

Na Estrada - versão definitiva

Nem dormiu, atordoada.
As rimas em tumulto
mal sabe acalmá-las
nas palavras amotinadas.

Segue paralela ao som
Fluxo forte sem pulso
o ar aos urros entre as sílabas
desmantela ritmos e amplia dissonâncias

Ventania nos versos sem compasso
A boca engole o frio desses sopros
cospe o gelo do fonema soluçado
onde o escuro é mais escuro

Tragada pela palavra, cai
Vontade de lágrima e letra
Alaga-se na avalanche de signos
Escreve o tédio e encharca a margem

Na madrugada, perde-se na estrada.

O poema anêmico em surto
cega faróis em fuga
vai solitário na noite insone.

A vida vai, a curva vem e o nome dele em vão.

* Muito obrigada a todos que vieram e fizeram sugestões, leituras críticas e ajudaram na construção desta "estrada". Resolvi colocar o ponto final aqui. Outros textos virão e, desde já, e é meu desejo de que, na medida do possível, todos participem deste processo rico e divertido sempre.
Bom domingo!

7 comentários:

Anônimo disse...

Gatona, acredito mesmo que vc deve segurar todas as versões. como é curioso que o poetas dos sentidos , no processo, se entregue aos signos. Achei curiosa e inesperada essa migração a meta linguagem. Essa coisa do poema processo ao seu modo me deixou animado. Feliz, como o guto disse, desmistificadora.

Mas acredite, que esses textos juntos, não necessariamente da ordem em que foram escritos, porque eu não os enumeraria assim, podem fazer muitas coisas, trazem boas coisas.
votei na enquete.

Anônimo disse...

Ai, Senhor! Estou na defasagem! Sou lanterninha das tuas letras! aff, num vou mais me afastar, não, não.

Vou correndo ler todos, mas este, que li primeiro, é fantástico. Parabéns!

(obrigada pelo poema, Bea, eu miaudorei!)

Anônimo disse...

Bea, valeu pelo aviso e venho aqui avisar que agora meu email consta na barrinha lateral.

beijinhos mais

Anônimo disse...

Hey!
Parabéns pelo/pelos poema/poemas!
E por expor o processo, que é coisa que a maioria das pessoas nem sabe que existe.

grande abraço
E aguardando o próximo texto

marilia

Anônimo disse...

Querida Bea, foi btilhante o parto como notável a ecografia estendida que nos deu a gestação do Poema. Até dava para fazer um livrinho com estes materiais.
Beijinho

Anônimo disse...

Será um prazer participar desta ótima idéia, querida! Beijo grande e obrigado eu.

Anônimo disse...

Mimi, querida, não precisa correr. mas, também não some! rs

Heyk, salve! E lá vem ele na força do verso e sei. Que bom vc gostou?! Então se joga no "Se". Você!

Marília, vc pediu? Escolhi a dedo. Pra vc rsrs. Será um desafio pra mim ter no poema os dois lados do "SE". linda, obrigada e beijos

Rép, que bom! Todos ajufaram. Foi uma experiência excelente. Espero que vocês continuem interferindo.

Guto, Guto, Guto...vc tem aqui uma grande admiradora e grata amiga. Saiba sempre disto. O "Se" está aí cru. Todo seu. rsrs beijos