domingo, 27 de julho de 2008

Pergunta/4

Olá, depois de ler os comentários , aceitei as sugestões de Mimi e Dora. Conversei com Guto Leite e Sérgio Franck e modifiquei editando. Esqueci da sistemática;)) Então, não fiz como das outras vezes.. Falha minha, desculpem. É que aconteceu diferente. Fiz umas 4 edições, talvez mais. Deixo aqui assim e ainda modificarei, quem sabe? Está aberto à intervenção.

-Pergunta!
(você me pede)

- Vamos continuar?

Homem fatal
multiplica
em mil graças
reflexos azuis
nostalgia de horizonte
olho mergulhado
no oceano da tarde

- concha acústica para o silêncio-
a madrugada ampla traz
frio e eco

você penetra
aquece
minha respiração insone

Vigoroso
depois do sonho
você me atrai para fora
do sono

demarca o lago
assopra poesia
Esquece
a morte do cisne

Semblante frágil
disfarça o pulso viril
enlaça meu colo

cerca nossas bocas

todo meu corpo
oscila neste canto
- poema e cama -

calmo e vago
louco e vasto
som e abrigo

armadilha absoluta

atônita recebo sua gula
- toda, tanta e tonta -
esfola e imola meus orgãos

gruta
fértil de anjos
varados de prazer

seus ossos de homem
contra os meus
de súbito recuam do ato

- Quer me ver?!

nesse hiato penetra
claridade de céu
que lhe ofereço
desta face
a dúvida

Nós?! Dois
sorrisos lights
desatamos línguas
deslindamos versos

Mal rompe a manhã
lutamos corpo a corpo
com as sobras

das palavras
refazemos
encantos desfeitos

Você, poeta, risca
na brisa edifica
o projeto

Aprendiz, construo
lentamente
solto o tema na carne
sorvo o ponto

Todo o tempo
no seu corpo
há muito tempo

algo em você
se expande
grande, grande

enorme

alarme em mim
meus olhos planam
conversamos ex-segredos

de onde me vejo
duas
uma renuncia
rói nome, apaga rastro

a segunda deseja lábio
afeto e cio
lânguido desmaio

- Pergunta !
(você insiste)

- Vamos continuar?



* Este aqui está carne crua demais. E resolvi colocar assim mesmo, porque confio e tenho gostado tanto da experiência que deu mais coragem, ainda, de mostrar meus erros. Por favor, leitores e leitoras mais do que queridos e queridas. Todos adorados, por favor, interfiram muito. Este precisa sair comme il faut, ok? Conto com todos e todas.

10 comentários:

Anônimo disse...

Oi Bea!

hmmm... se um jogo sedutor é, penso que talvez não devesse terminar. "Não vamos continuar" poderia ser a pergunta final.

Se um jogo de sedução for, eu não gostaria de parar.

;-)

beijo!

Anônimo disse...

Vamos continuar?
Poderia ser a resposta.
Há mais que um hiato
interferindo ou apenas adiando.
Eis o jogo?
Pergunta!


tá ótimo, jogo de palavras desenvolvendo pequenas tramas conjulgais entre "ais" viris e acordos sensíveis.

Anônimo disse...

Eu não gst de interferir na sua latinidade poética, pq mexer? Caraca é seu! Não mude nada, fica que nem suco de laranja ao natural.. ( se vc preferir pode ser de pêra), mas sem aditivos, sakou?
Pois é eu faço versos como quem chora ou... como quem ri..
Se a transa é sua, como mexer no abismo de seus desejos?

Achei lindo, eu adoro erros( se é q acharam....), para c esse perfeccionismo.

apenas uno i rasanti baci

Anônimo disse...

nossa!

tah com vontade, hein? heheeh a gente chega sente daqi, pela força das imagens. cheias cheias.

olha só, pra mim essa estrofe é o fim de um poema:

seus ossos de homem contra os meus
de súbito recuam do ato
quer me ver?!
nesse hiato penetra
claridade de mel
que lhe ofereço desta face
em dúvida


e essa, o começo de outro poema:

Nós?! Dois
sorrisos lights
desatamos línguas
traduzimos versos




mas ñ posso deixar d comentar sobre esta:

Fragilidade viril
enlaça
minha boca, olhos
todo meu corpo
oscila neste canto
- poema e cama -


tem uma condensada massa das idéias nessa estrofe. gostei mto dela. bastante.

"oscila neste canto
- poema e cama -"

achei isso muuuuito bom. dá pra explorar aqi pra cacete!!!! riquíssima essa imagem!


bjo, lindona,

aos pouqinhos, tou voltando!

té!

Anônimo disse...

Lindo... muito bom mesmo... amo poesia e música ligadas em imagens... como num teatro temporal... como se a distância entre pintura e observador fosse nula... assim como nesse poema.

me senti vivo nele... dentro de seus versos, fumando em suas esquinas... bebendo de suas rimas...

o que dizer da autora...

PERFEITA.

beijos

Anônimo disse...

Mimi, querida adorei a sugestão e vc concidiu com a Dora. Então, quem sou eu pra discordar de duas poetas? Mulheríssimas? tutti baci, suas lindas.

Thiers r> Você não gosta, mas eu quero. E meu suco de pêra não têm aditivos. Têm tempero, you know;))
Você adora erros e eu adoro você. E eu gosto ainda mais é de construir pelo prazer do exercício, não é perfeccionismo, meu querido. Adorei o bacio rasante. Humm ;))mille baci, flying so high.

Minina - Téa, pois é. É que...sabe? Ando freqüentando um cantinho lindo, onde a poesia é desenhada com muita arte e charme. É o http://fe-minina-mente.blogspot.com/, conhece? Aprendo demais, ali! E quando vc vem fico feliz, feliz. mille baci, linda. Adorei os pontos destacados. tutti baci;))

Flávio Mello, então... né? Sabe? É bom vc aqui. Muito bom mesmo... As esquinas estão aí pra vc se divertir, beber. Eu não sei se têm cigarros. Você voltou a fumar?;))tutti baci

Anônimo disse...

heheheh

agora eu senti, senti uma completude entre os dois rounds aí da luta!!! heheeheh

mas, creia creia: a gente chega no fim exausto, a pergunta se faz bastante irônica: -vamos continuar? rsrssrsr aja fogo pressa compulsão!!! heheehehe

mas mulé, eu é qem digo: tu é um lindona! fico orgulhosíssima d poder participar aqi, direta ou indiretamente, das tuas produções!

mas, continuo dizendo: a gente chega no fim, só um pingo d suor resta pra escorrer!!! hahahaha


bjão, lindaaaaaaa!!!!!!


(téa! hihihi ;p)


mais bjo!

Anônimo disse...

Que bonito, querida.
E corajoso permitir que outras pessoas mexam, acho que é tão íntimo, tão próprio... Mas aí chegam idéias novas, o que é bom, iluminam.
Beijos com carinho, linda.

Anônimo disse...

Como esperas que saia comme il faut, vou ser chato, Béa, levantando uma única dúvida: as imagens do começo do poema, algumas, para mim, são abstratas demais e não evocam o tanto que precisam evocar pro restante fortíssimo do poema. Obviamente é um belo poema, com voz, tom, ritmo. Talvez longo para a paciência do leitor moderno, mas não deve ligar para eles, rs... =) Enfim, vc é poeta de mão cheia. Esvaziar, encher, esvaziar, encher, até achar a boca!
Beijos, querida

Anônimo disse...

Téa, vc tem toda razão. Excesso geral total. Tenho que cortar mesmo. E aí combina como que o Guto disse ali embaixo sobre a extensão do poema e das primeiras imagens.
Vcs acham que poderia cortar assim? vou postar cortado. Vejam se fica menos overdose, ok?


Pirscila, olhos de gata, lindona. sim, sim. é isso aí que vc falou, mas eu estou adorando a experiência. É íntimo mas poema é construção então pra mim tem mais é que desapegar, desidealizar a dor, o sentimento etc...palavra é pra nomear. Uma vez nomeado tá no mundo, saiu de mim, né? Obrigada pela visita , estava xom saudades.