
Entre as telhas, sereno
Jaz um resto de esconde-esconde
Que brinca de decifrar armadilhas primevas.
É quebra-cabeça impreciso que rói
A parede da noite de uma criança
As sombras são leões com jubas de folhas
Nos olhos de espanto azul franzido
O prazer da fera em plena fuga é ele.
Rei à espera na rede do terraço ancestral
A presença da sua ausência é caos
Na areia da vanguarda, vacas mansas flertam
Com seus heróis pescadores que espantam
As gaivotas vorazes do pensamento.
À luz da estrela da manhã, o primeiro cigarro
Aura noir(e) no alvorecer
Ela avança lãs enroladas nos tornozelos
A cabeça levemente inclinada para esquerda
Nas mãos o calor do café acorda a dúvida.
Não sabe o que mais teme ou deseja ser
Tentou ficar muito quieta
Imagem: Hiroshi Sugimoto
Música: Chopin Nocturne
3 comentários:
Bela flor antecede o fruto num espetaculo intenso, surreal.
Quietude, paz, serenidade.
lindo dia, flor
beijos
Ah, a dor dessa aurora noir... seu nome é saudade.
Várias imagens lindas, Béa, e um final estupendo, à la Adília Lopes. Confesso ter sentido um pouco a falta de costura, mas tua sensibilidade tem te feito muito bem, rs... Beijos de bons dias
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