Desanoitece na serra
Bacurau já foi drumí
Calango se levanta na pedreira
O sol esquenta a terra
O dia passa a fruí
A roça alumeia
Pomba-rola solta o vôo
Cavalo de arreio e bariguêra
Labuta num aperreia
Pra ela que vou
De enxada e estrovenga
Me ponho na capuêra
O feijão vai pra penêra
Sem pressa ou arenga
À sombra da carnaubêra
Verão de todo ano
Inverno de dois mês
Num me tira a estribêra
Sou rocêro de tutano
Priguiça num tem vez
A criação no eito
Palma se num tem capim
Poço d’água na pirambêra
Sempre tem trabaio feito
E tem tarefa sem fim
Terra que Deus deu
Pra tirar o sustento
Derde a luz premêra
O homem que tem o seu
Não morre sem alento
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