segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Lapso

Eram de vidro e poeira

as ondas que se quebravam

no toque poroso da areia.




Nos estilhaços de mar

mais um par de asas femininas

fugiu rumo a qualquer lugar

rumo a lugar nenhum

sem rumo.




Ficou o rasgo na pele

o lanho em cada posta de costa

um ferimento no cérebro

em colapso, semi adormecido,

torpor de memória perdida.




O tica-tac da maré

cronometra o subir e descer do corpo

perdido entre o vidro, a poeira

e os estilhaços das ondas

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