Eram de vidro e poeira
as ondas que se quebravam
no toque poroso da areia.
Nos estilhaços de mar
mais um par de asas femininas
fugiu rumo a qualquer lugar
rumo a lugar nenhum
sem rumo.
Ficou o rasgo na pele
o lanho em cada posta de costa
um ferimento no cérebro
em colapso, semi adormecido,
torpor de memória perdida.
O tica-tac da maré
cronometra o subir e descer do corpo
perdido entre o vidro, a poeira
e os estilhaços das ondas
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