O assanhaço arranhou o céu
Com a ponta de sua asa.
Na sombra daquela nuvem
O tatu descansou, bariga pro ar.
O cristal da água trincou
No borbulhar do pintado.
Verde de ver de dia
Preto de ver de noite
Cinza pra ver depois.
Mata, moitas e mitos
Historinhas pra dormir
Pesadelo de acordar.
A preá fugiu pro pasto
A harpia voou pro prédio.
Jaguatirica faz jejum
Economiza no tamatá
Ariranha morreu queimada
O carvão foi pra usina
Assanhaço voa, voa,
Não tem mais onde pousar.
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