Parênteses abertos para o céu da minha boca
Escorre lama multicor pelos cantos
Em minha baba hidrofóbica
Solto-me absurdo e completo aqualouco
Na piscina revolta dos olhos horizontais
Que fitam absortos em movimentos elásticos
De estilingue em mãos de bêbado e sonolento amante
Rasgo as noites de seda sobre o colchão manchado
De outras noites e dias ininterruptos
Onde suores e demais fluidos se espalhavam
Segunda piscina corpórea sem fundo
Nos ruídos silenciosos dos móveis pela madrugada
Ouço os suspiros com timbre de aflição e me confundo:
Não são dores que levitam esse corpo em curva de abóboda
Reverberações roucas de estertores incontidos
Abre-se no céu o buraco dourado que mata a madrugada
Me encontrando estafado e morto, sorriso idiota e pernas bambas
Ao lado do arco dantes teso, ora relaxado
De alva madeira e louras penas desarrumadas.
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