Calor
Muitos graus
Sol a pino
Suor
A garganta seca
Alguém ao lado
A quem se quer bem
A hora que passa
A vontade que vem
Garganta rachada
Corpo molhado
Do ardor do dia
A resistência falha
Escora-se no espaldar
De desconfortável cadeira
E pede-se o inevitável
Ao primeiro gole
O amargo do fermento
Espanta
Mas desce rasgando
As ranhuras da sede que se vai
Aos poucos
Suavizando
Acalmando
Excitando
Abrandando a agonia
Vem a vontade de mais outra
A delícia do gelo
Faz o calor sumir
E a inquietação se esvai
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