quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Guantánamo de uma tarde


Give Blood
Originally uploaded by Chris Brookes

Estrada longa, acidentada.
Poeira quente e as mucosas ardem.
Era tão necessário chegar, mudar tudo:
Agora, na lágrima presa,
Até o pensamento, congela.


Andar, apesar
Do medo, do estranhamento,
Do amor que, num repente, gora
Do olhar que se fragmenta.

E no silêncio de uma espera,
Pela porta de ferro, batida
Depois imóvel,
Um grito é partido ao meio,
Como se fosse sem querer,
Cortá-lo inteiro

E entre a escada e o muro,
- Guantánamo de uma tarde-
Grades! É proibido reclamar.
A liberdade pra tudo ser,
Antes de já, espera.

É preciso poder gritar.
Não é possível mais um erro
Será?

Um comentário:

Thiers Rimbaud disse...

Incrível descrição, vem de dentro, vem de Bea, vem do seu grito interno..
Sair da metrópole onde o olho abria ao meidia... pra besuntar torradas as 6 da matina... É um murro no estomago. É escolha, é decisão.


'....Estrada longa, acidentada.
Poeira quente e as mucosas ardem.
Era tão necessário chegar, mudar tudo:
Agora, na lágrima presa,
Até o pensamento, congela....'