Vazou dos olhos água morna
Varou a noite chuva grossa
Viveu de costas uma vida
Velou a morte com seu corpo
Ardeu na cama entre desejos
Andou descalço sobre vidros
Armou nas trilhas arapucas
Acabou os dias nas cadenas
Bebeu do sangue congelado
Bateu de frente no destino
Bailou sem pernas outra valsa
Bisou desgraças dia a dia
Mamou do leite sempre frio
Manteve fechadas suas portas
Minou de ódio seus amores
Morreu sozinho de si mesmo.
2 comentários:
Estamos aqui um comentando o outro enquanto não aparece mais ninguém.
é interessante porque, de certa forma, ao ler aqui é como se fosse a primeira vez.
Este excelente viveu fala desse outro em nós . todos nós que ao escrevermos avança e nos ajuda a ver a vida antes de acabar. Viveu é uma belíssima leitura da experiência de si.
Viva a vida em perspectiva e , por que não viva a retrospectiva;)
belos poemas
saudação!!
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