domingo, 29 de março de 2009

Armadilha


Puxada de Rêde
Upload feito originalmente por Iraildes


Na brecha entre as telhas,
Brinca de esconde-esconde,
Um resto que decifra
Primevas armadilhas

Impreciso, o quebra-cabeça rói
A parede da noite de uma criança
Sem rosto

Refletidas nos olhos de espanto azul franzido,
Sombras são leões com jubas de folhas
À espera, na rede do terraço ancestral
É seu pai
- Rei da presença na ausência –
É o prazer
- Fera em plena fuga -
É fúria
- Caos que devora uma infância

Se na areia da vanguarda, vacas mansas
Com seus heróis pescadores ainda flertam,
As gaivotas vorazes do pensamento,
À luz da estrela da manhã, fazem querer
O primeiro cigarro, rito atávico,
Pito dos antigos escravos

Ela avança entre lãs enroladas nos tornozelos,
A cabeça, levemente, inclinada para esquerda
Não sabe o que mais teme ou deseja ser



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Um comentário:

Sônia disse...

Ôba! Mais um blog com escritos maravilhosos.