Salta, gato
Alcança o topo
Do muro, passo
E rasgo nós,
Meus dedos
Nos tijolos desnudos
Do musgo, quero o veludo
Enlevo e a tarde nem vem?
Vai e leva
Medo ao poço,
Este roxo
Aberto no céu da pele
Deste outono
Insone, molhado
Gotas, gorgeios claros,
Cedo no meu telhado
Chove, chove, chove
Sem alarde
Teu pelo aquece
Dentro. O endereço
Da madrugada onde
Os flancos ardem
Brutos meus absurdos,
Eretos, desesperam
Nas paredes mofadas
Sem alarme, árvores esperam
E dorme a cidade
Parto,
Renasço adormecida
Nos braços do homem
De quem sinto fome
Quando a noite vem, acordo
Ele dorme
Imagem :CLOSED DOOR WITH MUSK
© Ehcle Dreamstime.com
© Compulsão Diária
2 comentários:
Ele dormir é um pecado. Perder a chance de ver o parto de um poema na madruga tua, de tuas entranhas, os gatos como testemunha.
Ele peca pefeito
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