terça-feira, 14 de abril de 2009

Rasgo

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Salta, gato
Alcança o topo
Do muro, passo
E rasgo nós,
Meus dedos

Nos tijolos desnudos
Do musgo, quero o veludo
Enlevo e a tarde nem vem?

Vai e leva
Medo ao poço,
Este roxo
Aberto no céu da pele
Deste outono
Insone, molhado

Gotas, gorgeios claros,
Cedo no meu telhado
Chove, chove, chove

Sem alarde
Teu pelo aquece
Dentro. O endereço
Da madrugada onde
Os flancos ardem
Brutos meus absurdos,
Eretos, desesperam
Nas paredes mofadas
Sem alarme, árvores esperam

E dorme a cidade

Parto,
Renasço adormecida
Nos braços do homem
De quem sinto fome
Quando a noite vem, acordo
Ele dorme

Imagem :CLOSED DOOR WITH MUSK
©
Ehcle Dreamstime.com

© Compulsão Diária

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2 comentários:

Beatriz disse...

Ele dormir é um pecado. Perder a chance de ver o parto de um poema na madruga tua, de tuas entranhas, os gatos como testemunha.

Beatriz disse...

Ele peca pefeito