segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vazia blavina

Nota introdutória:

Postei  Que sais, je, Clarice? , confessando meu sentimento de vazio. Aí fui até o Estúdio e dei de cara com uma proposta genial dos colegas dos Volmar Camargo Junior e Juliana Blasina.

Eles inventaram um soneto assim constituído - número de estrofes: 7; numero de versos: 13, distribuídos a partir dessa sequência: 1-2-3-1-3-2-1; tamanho dos versos: o objetivo é que o poema comece e termine com uma palavra, e que vá "aumentando" até chegar ao verso-estrofe central. Batizaram lindamente sua cria: blavino. Bem Blasina e Volmar. Vi blavinos belíssimos lá no Estúdio. Colheita - Blavino-n. 1, Cat on rot tin roofIminente, Estrada. Todos em forma de flecha, que eles chamam de pirâmide.

Eu sei porque vi flecha: naquele momento era o que eu precisava; direção pra minha linguagem que se perdia. Agradeço a eles e a todos lá, em  Que sais, je, Clarice?, foram cúmplices, amigos e souberam compreender

 

Vazia

Da palavra cheia

Que sais, je?

Se é tensão pré-metáfórica,

Outro embate com os objetos-eu,

Ou se é você anestésico e sem desejo?

Olho as paredes, a mariposa imóvel na rede até quando?

Vejo a poltrona assinada pela marca

Onde sonha a preguiça vagabunda,

O gato neste naco de mundo

Objetos que me fundam,

Cercam, espero-os

Prosaicos

 

 

 

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Um comentário:

Beatriz disse...

Espalhe a fórmula. O blavino pode pegar.