Nota introdutória:
Postei Que sais, je, Clarice? , confessando meu sentimento de vazio. Aí fui até o Estúdio e dei de cara com uma proposta genial dos colegas dos Volmar Camargo Junior e Juliana Blasina.
Eles inventaram um soneto assim constituído - número de estrofes: 7; numero de versos: 13, distribuídos a partir dessa sequência: 1-2-3-1-3-2-1; tamanho dos versos: o objetivo é que o poema comece e termine com uma palavra, e que vá "aumentando" até chegar ao verso-estrofe central. Batizaram lindamente sua cria: blavino. Bem Blasina e Volmar. Vi blavinos belíssimos lá no Estúdio. Colheita - Blavino-n. 1, Cat on rot tin roof, Iminente, Estrada. Todos em forma de flecha, que eles chamam de pirâmide.
Eu sei porque vi flecha: naquele momento era o que eu precisava; direção pra minha linguagem que se perdia. Agradeço a eles e a todos lá, em Que sais, je, Clarice?, foram cúmplices, amigos e souberam compreender
Vazia
Da palavra cheia
Que sais, je?
Se é tensão pré-metáfórica,
Outro embate com os objetos-eu,
Ou se é você anestésico e sem desejo?
Olho as paredes, a mariposa imóvel na rede até quando?
Vejo a poltrona assinada pela marca
Onde sonha a preguiça vagabunda,
O gato neste naco de mundo
Objetos que me fundam,
Cercam, espero-os
Prosaicos
© Compulsão Diária
Um comentário:
Espalhe a fórmula. O blavino pode pegar.
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