No lençol de terra vermelha e quente
Descansa o corpo nu
Homem pai menino filho
De alguém que não sabe
Que o corpo nu descansa
Sobre o lençol vermelho e áspero
De terra e sangue
Do corpo nu do homem
Filho marido amante e vermelho
Áspero corpo sobre o lençol de terra
E a família ainda não sabe
Se foi de homem traído
Por pedrinhas amarelas e podres
Ou roubo mal sucedido
Apenas buracos vermelhos que não irupem mais
Espalhando o corpo liquefeito
Sobre o lençol áspero de terra
Os fios da cabeça tremulam como vivos
Pela brisa que amaina o fervor da manhã áspera
Que envolve o corpo nu perfurado
Olhando os urubus sem vê-los
©Marcos Pontes
2 comentários:
Os cabelos dos mortos
A morte encravada na terra, nas pedras venenosas. A ilusão do prazer imediato, paraíso artificial encharcado de sangue.
speachless
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