domingo, 14 de dezembro de 2008

Por um triz



A tarde invadiu a noite,
Quando partiu um pássaro
O mar bateu no ventre.

Sob a ponta do salto preso
Ao medo de tropeçar no ar
Quase fugiu um chão afoito.

Trêmulo, o coração flertava
Com um presságio:
Coágulo desgarrado da razão

Alerta que filtrou com força
O destino frágil
Agarrou a vida e esvaziou a morte
Na maré vazada que trouxe
Palmas altas nas águas das promessas,
Doces, flores e milagres de volta à casa.

7 comentários:

Anônimo disse...

B, achei boa. Senti um tiquinho de desleixo com as figuras, que me soam lugar-comum às vezes. A segunda estrofe é boa, tá amarradinha. E, em sonoridade, fico com o "alerta que filtrou com força o destino frágil". Isso é um acerto, poeta.

Beijó!

Anônimo disse...

Na histeria do dia
Meu coração banhado
Em doce de melancolia
Mostra meus lábios marcados
De um lado o fado
Na fronte, olhos pesados
Glória dos amantes
Pesar faltante.

CD, chegadas e partidas. Sempre assim. Se uma porta se fecha, abre - se uma janela, né? Doces flores e cores sempre a vocês.
Bjobjo

Anônimo disse...

Que maravilha Diva! Saborear este teu poema. Beijos

Anônimo disse...

Eu gostei bastante, Béa. Algumas imagens me fugiram, confesso, mas gosto muito do tom e de alguns versos, principalmente "quando partiu o pássaro / o maro bateu no ventre". Beijos, querida, e muita arte!

Anônimo disse...

é muito bom lê-la!

rsrsrs... tropeço no ar!

Anônimo disse...

Oi, CD!
Saudade.
Agarrar a vida. Não é mesmo isto o que chamamos viver? O tempo todo por um triz. A vida, um milagre...
beijo!

Anônimo disse...

Quem está destinado a viver, tropeça por vezes no ar,mas sempre volta. Teu poema me inspira a voar.