sábado, 6 de junho de 2009

Ama-me, nômade

Livre de laços
Sou estátua de limo
Em plena ilha no espaço
Deixo restos entre espinhos

Nesta insônia insólita
Insinuo-me entre juncos
Onde a luz é órbita do olho,
E o cheiro pergunta ao nariz

Se as paredes são lisas
Como carne e linho,
Para existir, repiso
-Sistere - ex -
Insisto nas entrelinhas





Volto raízes ao céu
E flutuo, em treva branca

Em mim, há um cosmo ínfimo,
Cidade quase caos aos trancos

Peço em silêncio, crestado ao relento
Úmido à beira-mar, mofada por um triz:
Ama-me a seco, íntimo, feito nômade do deserto

Depois, adormeco meu semblante
Feito morta, por horas, volto louca,
Outrem sob seu olhar, prometo brincar
Sem Sarte L'être nem Néant


Imagens:

₢ Beatriz M. Moura
Compulsão Diaria
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Um comentário:

Sandra disse...

Bea!
Vim conhecer este seu cantinho. Amei.
Livre de espaços.Temos que ser livres de muitas coisas.
E temos que ter muita coragem para tirar os limos de nossas paredes internas.
Não é fácil.
Isso me deu uma ideia agora. vou falar sobre os limos da nossa interioridade.
Quando eu postar em Poetas eu te aviso e vc. passa lá para ver.
Bjs.
Sandra